18 de agosto de 2013

Fingimento...






















O mar é tempestuoso
As águas, escuras e frias

O mergulho é profundo
Na alma
Que é sem fundo
Tão alta quanto o céu
Tão imensa quanto o mundo

Sim, o fardo é pesado
E arrasta tudo 
Para o fundo
Do mundo

Na espreita do amanhã
 A vida é curta
O fôlego é curto
A estrada é estreita
E esperança é sem fim

A vida é morta
Triste e sem volta
Se não volta
Sem revolta
Do fundo do mundo

Porque tudo que volta
Do mergulho profundo
No fundo do mundo
No fundo da alma
Volta modificado
Encantado

Já que foi para mudar
Não de lugar
Mas de alma
Para parir a si mesmo
Não de corpo
Mas de espírito
Que partiu
Atravessou desertos incertos
E de peito aberto
A escuridão que o ameaçava tragar
Enfrentou e renasceu

Mas aquele que foi
E voltou
Ainda é o mesmo
Que leva na face
As marcas da alma
E da poesia
Explícita
Que pariu
E concebeu
No mergulhou
No fundo da alma
Que em tudo engendrou
Outros pensamentos
Outras palavras
Outras ações
Que venceu
Que perdeu
Que renasceu

Sim, ainda é o mesmo
O que não é
Que sempre foi
Ainda se pode ver
No fundo dos seus olhos tristes
A mesma ausência
A mesma carência
De brilho no olhar
Que fora da alma
Além da pura fantasia
Nunca partiu
Nunca pariu
Nunca sorriu
Nunca se viu
Oh, meu Deus!
NUNCA SE VIU!
Fingiu que partiu
Fingiu que sorriu
Fingiu que pariu
Fingiu que voltou
Fingiu que se revoltou
Mas nunca saiu do lugar
Nunca existiu
Nunca pariu seu próprio ser
Esse não-ser
Que se partiu em mil pedaço
Por medo de partir...
VBMello.

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