Numa época de desafios sem fim
Dentro e fora da nossa alma
Dentro e fora da nossa alma
Num mundo de coisas
Que assombram e estarrecem
Aborrecem e estremecem
Há tantos caminhos para a fuga
Tantos esconderijos para o medo
Há tantas coisas sem explicação
Tanta dor e lágrima reprimida
Tanta ameaça, tanta trapaça
Que – para sobreviver
Para não enlouquecer
Fingimos não ver
O nosso coração
Conhece e sabe
A nossa alma
Sofre e sente
Sabe, mas finge não saber
Sentimos, mas fingimos não sentir
*
Esgotados pela ansiedade
Esmagados pela angústia
Açoitados pelo desespero
É tão conveniente
Não saber
É tão fácil
Lavar as mãos
É tão fácil
Virar as costas
É tão fácil correr
Fingir de fraco
Abdicar da luta e morrer
É tão fácil
Fingir que não quer viver
Fingir que não quer viver
Na tentação do desejo de não saber
É tão fácil
Se perder e morrer
Se perder e morrer
É tão fácil
Correr e gritar: Não quero nem saber!
Correr e gritar: Não quero nem saber!
É tão fácil dormir e nunca mais
acordar
É tão fácil, sem pensar Seguir a sina, o caminho
O desgosto e o destino
De um homem medroso e covarde...
_VBMello
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