2 de março de 2020

Não são as palavras que curam e consolam... É quem fala.

Se não estou verdadeiramente disposto
Num exercício de sincera humildade
A reconhecer e confessar
As minhas próprias faltas e feridas pessoais
É simplesmente em vão
Que aponto e tento curar
As dores e as feridas dos outros.

A primeira tarefa do curador
E que tarefa difícil
É, mediante o Evangelho da graça
Ser sincero consigo mesmo
Sem filtros, examinar a si mesmo
Olhar demoradamente
Para o próprio coração
E reconhecer seus próprios pecados
Faltas, feridas e limitações.

O pior curador - o mais hipócrita
É o curador que - cheio de evasivas
E palavras vazias de alma
Não reconhece as suas próprias feridas
Mas, em toda ocasião
Finge-se de forte e íntegro
Quando está quebrado por dentro.

O pior curador é o que não reconhece
Que precisa da cura de Deus
Antes de se aventurar a curar outros.

Um curador inconsciente
De suas próprias feridas
Não desenvolve compaixão
Não estabelece empatia
E não chega ao coração do outro.

Por conseguinte, pela insensibilidade
Que lhe é característica
Em suas tentativas de trazer
Alguma cura e paz aos feridos de alma
Ele corre o risco, não de curar
Mas de aumentar o sofrimento alheio.

Porque, verdade seja dita
Grosso modo, não são as palavras
Que curam é consolam. É quem fala.
É quem foi curado pela graça de Deus.
_VBMello

Imagem - cena do filme Silêncio (1917) - Martin Scorsese.

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