18 de julho de 2014

Miscelânea de Fragmentos Escritos Numa Tarde de Inverno... Com Cara de Verão



Sobre a alma preocupada
Pássaros despreocupados voejam e cantam
A alma se assusta e foge gritando
Aves de rapina! Aves de rapina!
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O sol caiu
O vento parou
As árvores dormiram
M’alma acordou
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Sofria tanto
Que via na morte
A sua vida
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O aquém
  Arrasta os fracos
E os fortes
Para o além
===


Estou feliz
O mundo parece
Tão diferente
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Estou triste
O mundo parece
Tão igual
===

Num dia a tristeza
Pulou de alegria
Noutro dia
De repente
A alegria
Chorou de tristeza
===

O desprezo
Apagou o amor
E no lugar
Acendeu a dor
===

Céu azul
Mar azul
Alma sombria
Contradição
===

Paixão
Amor
Compaixão
Sem meio-termo
Separação
===

A vida trama
O amanhã
Na cama
Enquanto eu durmo
===

E no fim da jornada
Para a vida desperdiçada
Não havia nem Velo nem ouro
Apenas uma cova aberta
===

Corpo na cova
Eterna idade
===

Chuva caindo
Terra rindo
===

Na subjetividade
Do coração
A língua travou
A poesia
Falhou
===

Eu vou indo
Um pedaço de mim
Vai ficando
===
Aos que ainda abrolham por aqui... Até a próxima!


VBMello

14 de abril de 2014

Coração Estrumecido...



No chão do coração estrumecido
Eternas lagartas...
Larvas profanadas do ser
Vagam longe do lar...
Bipolar
Lembranças de casa
Na alma sem asas
Cobram
No coração sem ação...
Cobranças
De antigos arrependimentos
.
.
.
O vazio da noite
Na alma vazia...
Azia
Trazia
.
.
.
Em terra distante
Distante jazia
Sozinho
Chorava
E reclamava
A morte da poesia...
Num instante a esperança se tornou azia
.
.
.
Morta a poesia
A dor do estrumecido coração
Estrangeiro no lar
A esperança
Com ânsia
Alimentava
.
.
.
A noite caiu
Cego e surdo
Esse sangue sempre igual
Na pupa do coração estrumecido
Desigual
Lamentava tanta desigualdade
.
.
.
Um uivo de lamento corta o silêncio da noite
No peito do cadáver
Um cão sem ação
Gesta larvas de palavras...
Lagartas eternas
Larvas mortas
Sem esperança de vir-a-ser
Um dia
Qualquer dia
Ser alado
VBMello