Nos antigos dias de sombra e morte
Perdido na noite escura
Quando a minha mãe
Me virava a face
E os meus irmãos todos
Corriam da minha presença
Sem ter a quem me apegar
Nem onde me esconder
Do leão que me perseguia
Fiz da luz das estrelas
A luz dos meus olhos
Fiz do bramir das ondas do mar
O bramir do sangue
Correndo em minhas
veias
Fiz do som do vento
O som da minha
respiração
E das asas dos pássaros
Eu fiz a minha
liberdade
Das palavras de Cristo
Eu fiz pão,
vinho e mel
E na solidão e na dor
A minha alma se fartou
de luz
E o meu coração conheceu a fé
E os meus lábios beberam e verteram
A graça e a suavidade da sabedoria
No chão duro da minha existência
No chão duro da minha existência
Uma
nascente brotou
O céu clareou
A tempestade passou
Um jardim floresceu
O céu clareou
A tempestade passou
Um jardim floresceu
Um pássaro cantou...
E no amanhecer
de mais um dia
Eu, pobre miserável, que há muito tempo
Estava triste e morto, renasci...
Estava triste e morto, renasci...
_VBMello