29 de julho de 2013

Poema Antigo...















(Para Aliehcs... - Que foi um anjo das horas certas e incertas - Esteja ela onde estiver...)
*
Ontem 
Dois anos depois
Por acaso
Talvez
Deparou-se
Em minhas mãos
Antigo poema
Já coberto de poeira
Já marcado pelo tempo
Do tempo em que o coração
Ainda ingênuo...
Nas madrugadas frias
Desfalecendo...
Buscando meios de viver
Sofria
E vencia
A solidão invencível
Sonhando decifrar o mistério numinoso dos olhos dela...
Escrevia poemas
E canções
Bardos de paixão
Receptáculos de futura dor
Talvez rancor
Que iludia de amor
Mais que a alma dela
A alma minha
Ainda cria
Miúda
Pequena
Ingênua
Fugidia da dor
Mal sabendo a dor que é o amor
Pensando amar e ser amada
Pobre alma minha...
Sorria ingênua alegria...
Enquanto eu relia aquelas antigas palavras...
Que já não mais pareciam palavras minhas
Ainda uma vez mais
Incauto
Meu coração frio
Que pouco ardia
Súbito
Contra minha vontade
Que ao menos para mim
Fingia
Não querer
Incendiou
E resonhou sonhos antigos
Fantasias distantes
E impossíveis
Coisas do tempo em que a alma minha
Desesperada
Buscando meios de viver
Desgarrada da vida
Na solidão das madrugadas frias
Sufocada sob o peso do céu escuro e sem estrelas
Passava o tempo
Que não passava
E que ainda hoje
Recordação não passa
Sonhando decifrar a numinosidade dos olhos dela...
Porque afinal...
Na escuridão total daqueles dias
Era ela
A única luz que havia...
V.B.Mello

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