5 de abril de 2016

Poema sem poesia...
















Sonhos, ilusões e desilusões
As dores e as tragédias da existência
A dor do viver... a agonia do morrer
Os dias que nasceram tarde
As manhãs que nunca amanheceram
Dias que se amontoam sem princípio, meio ou fim
Vida sem nexo nem sexo... existência virtual
Eu sou o minotauro do meu labirinto
A escuridão da noite do coração
O caminho do vale da morte
Tudo me cerca e me disseca
Sou alma nua... coração profundo
Não são os frutos que me interessam
São as raízes que me fascinam
Prefiro as flores aos frutos... Espinhos, flores e frutos
Você que me lê, entenda... eu não escrevo poesia
Poesia me dá azia... escrevo eu mesmo
Minha escrita é espinho, é flor e é fruto
Empurra abismo abaixo e mostra o caminho do céu
É de noite que Deus me fala
E ao amanhecer o diabo me persegue
Quem sou eu? Nem de corpo nem de alma
Obra de arte não quero ser
Grande é o desencanto que me habita
Nada em mim... é precoce
Nada em mim... é póstumo
Sou uma velha chama que some quando se apaga
Homem de sonhos decepados, eu sou
Homem de alegria irascível, eu sou
Homem/homem... tão somente homem, eu sou
Eu herdei as maldições dos meus antepassados
A covardia do meu pai e os nervos da minha mãe
Criado na solidão, forjado na depressão
O meu espírito é um milagre... que eu não sei explicar
As sombras que vem ao meu encontro... já me encontraram
A dor que eu temo... já me corrói as carnes
A minha fé é uma máscara que esconde uma grande incredulidade
Depois da morte... talvez a vida comece
O leão que eu temo... não me teme, bate à minha porta
O pão que eu como... não me alimenta
Cheio de tudo... tenho fome não sei de que pão
E o inferno, já é agora... e o céu está cada vez mais longe
_VBMello

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