Por que leio tanto?
Porque ando faminto Por boas palavras
Porque ando sedento
De bons sentimentos
Porque anseio
Por um pouco
De verdadeira
Luz, vida e paz
Porque nem só de pão
Vive o homem
Leio porque tenho outras fomes
Que pão algum consegue saciar
Miserável do homem
Que se sente saciado
Só com pão, sexo e dinheiro
É um mentiroso
Se existe - pobre coitado
É o mais vazio dos seres
E não é nem um pouco precipitado
Dizer - afirmar mesmo
Que algo essencial
Talvez a própria alma
Talvez a verdade
Talvez a dignidade
Leio para compreender mais
Humanizar-me mais
Falar pouco
Humanizar-me mais
Falar pouco
E julgar
E condenar menos
E condenar menos
Leio porque quero ser uma pessoa melhor
Leio porque a complexidade da vida
Exige reflexão, meditação e contemplação
Leio porque quero ir além da aparência
Das coisas, das pessoas e do mundo
Leio porque quero
Renovar a minha mente
Uma mente que não se renova
Termina sepultada nos escombros
Do desmoronamento moral e espiritual do mundo
Há tanta mentira
Tanta escuridão
Tanta dissimulação
Tanta manipulação
Tanta traição
Ao redor
Tanta traição
Ao redor
De palavras ruins
Olhares mentirosos
Corações empedrados
Palavras sem sentido
E sentimentos doentes
Sinto-me cercado e ameaçado
E sentimentos doentes
Sinto-me cercado e ameaçado
Leio para impedir
Que a escuridão do mundo
Se apoderem do meu coração
E corrompa a fonte primeira
De todos os meus sentimentos
E envenene, adoeça e mate
As minhas boas palavras
Vivo em tempos sombrios
Em que um bom livro
Nunca é só um bom livro
É uma rajada de ar puro
É o amanhecer de um dia de primavera
O entardecer de um dia de outono
Tudo isso - e muito mais
No meio de uma noite escura de inverno
Leio para fortalecer a minha fé
Aprofundar a minha alma
Conhecer Deus
Compreender os homens
E saber de mim mesmo
Leio para fugir da mesmice
Para fugir do inferno
Leio para ser capaz
De te olhar nos olhos
E dizer - Eu, tu, nós
Leio para não te ver
Como um isso
Como um aquilo
Como uma coisa
Um objeto, um estranho
Um inimigo, mas um igual
Leio bons livros - é essencial dizer isso
Para trazer Deus - e também um pouco
De poesia - para dentro da minha solidão
Leio para educar e ocupar a minha imaginação
Uma imaginação desocupada e vazia
É a maior de todas as fraquezas do homem
Ela transforma um homem feito
Numa folha seca no meio de um temporal
Um homem forte interiormente
Um homem que conhece a si mesmo
E temente a Deus
Não se deixa ferir por palavras
Não se deixa intimidar por olhares
Mas um homem cuja imaginação é fraca
Ainda que aparentemente forte por fora
Se testado - e sempre somos testados
Não suporta olhares, nem críticas
Nem palavras duras
Sofrimento então, nem se fala
Tem medo de escuro
Tem medo de solidão
Tem medo de tudo
Tudo o fere
Tudo o deprime
Tudo o faz sangrar
Tudo o faz desanimar
Tudo o faz chorar
Tudo o vitimiza
A imaginação fraca
É a mãe de todos
Os homens molengas
É a mãe de todos os suicidas
É mãe de todos os covardes
Que estremecem e fogem
Diante das aflições do mundo
Um homem cuja imaginação é pueril
É ciumento e está sempre imaginando
Um monte de coisas que não existem
E Vive em estado de permanente
Vitimização e desconfiança
Sim, uma imaginação vazia, ociosa e sem Deus
É a mãe de todas as mentiras e lamúrias
Habitando dentro do coração do homem
Sendo assim, leio para que nos dias maus
Quando a noite é escura e o céu sem estrelas
A minha imaginação - habitada por mil fantasias sombrias
Não me apavore, e não me torture com as suas ilusões
Para que não me enlouqueça e não me mate
Enfim, leio para que nas noites escuras e solitárias
A minha imaginação não minta para mim
Leio para educar e ocupar a minha imaginação
Uma imaginação desocupada e vazia
É a maior de todas as fraquezas do homem
Ela transforma um homem feito
Numa folha seca no meio de um temporal
Um homem forte interiormente
Um homem que conhece a si mesmo
E temente a Deus
Não se deixa ferir por palavras
Não se deixa intimidar por olhares
Mas um homem cuja imaginação é fraca
Ainda que aparentemente forte por fora
Se testado - e sempre somos testados
Não suporta olhares, nem críticas
Nem palavras duras
Sofrimento então, nem se fala
Tem medo de escuro
Tem medo de solidão
Tem medo de tudo
Tudo o fere
Tudo o deprime
Tudo o faz sangrar
Tudo o faz desanimar
Tudo o faz chorar
Tudo o vitimiza
A imaginação fraca
É a mãe de todos
Os homens molengas
É a mãe de todos os suicidas
É mãe de todos os covardes
Que estremecem e fogem
Diante das aflições do mundo
Um homem cuja imaginação é pueril
É ciumento e está sempre imaginando
Um monte de coisas que não existem
E Vive em estado de permanente
Vitimização e desconfiança
Sim, uma imaginação vazia, ociosa e sem Deus
É a mãe de todas as mentiras e lamúrias
Habitando dentro do coração do homem
Sendo assim, leio para que nos dias maus
Quando a noite é escura e o céu sem estrelas
A minha imaginação - habitada por mil fantasias sombrias
Não me apavore, e não me torture com as suas ilusões
Para que não me enlouqueça e não me mate
Enfim, leio para que nas noites escuras e solitárias
A minha imaginação não minta para mim
Leio para nunca me sentir sozinho
No deserto, no campo, na montanha
Na praia, na multidão ou onde quer que seja
Sim, eu não leio só para aprender
Leio também para me refazer
Dentro e fora da alma
Nos pensamentos, nas palavras
E no modo de ser...
_VBMello
_VBMello

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