4 de maio de 2019

Por que leio tanto?

Por que leio tanto? 
Porque ando faminto
Por boas palavras 


Porque ando sedento
De bons sentimentos
Porque anseio
Por um pouco
De verdadeira
Luz, vida e paz 

Porque nem só de pão 
Vive o homem

Leio porque tenho outras fomes 
Que pão algum consegue saciar

Miserável do homem 
Que se sente saciado
Só com pão, sexo e dinheiro
É um mentiroso
Se existe - pobre coitado
É o mais vazio dos seres 
E não é nem um pouco precipitado 
Dizer - afirmar mesmo 
Que algo essencial 
Talvez a própria alma
Talvez a verdade
Talvez a dignidade
Morreu na alma dele

Confiança - Dietrich Bonhoeffer

Dificilmente é poupada a alguma pessoa a experiência da traição. A figura do Judas, que antigamente nos poderia parecer incompreensível, não mais nos é estranha. 

O ar de tal maneira se acha envenenado pela desconfiança que quase perecemos sob sua pressão. 

Onde, entretanto, conseguimos romper a camada da desconfiança, pudemos colher a experiência de uma nunca antes imaginada confiança. 

Aprendemos lá onde confiamos, a entregar nossa cabeça nas mãos do outro; contra todas as múltiplas interpretações, as quais nossa vida e nossa ação teve de se sujeitar, aprendemos a confiar ilimitadamente...Sabemos agora que unicamente com tal confiança, que sem dúvida alguma não deixa de ser um risco, mas um risco alegremente aceito, se vive e trabalha verdadeiramente. 

A confiança continuará a ser uma das maiores e mais raras dádivas a trazer felicidade ao convívio humano, e certamente só poderá surgir sobre o fundo escuro de uma suspeita necessária. Aprendemos a não nos entregarmos, por nada, ao ordinário, mas a nos submetermos incondicionalmente àquele que merece fé.

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Resistência e Submissão - Dietrich Bonhoeffer