27 de abril de 2020

Em tempos de pandemia, na incerteza do amanhã — Jesus Cristo hoje.

Blog Do Diácono Cleiton Albino: Sem uma vida de oração não há ...
— Em tempos sombrios, como esses que estamos vivendo, onde o futuro é incerto e as pessoas andam com os nervos à flor da pele, a disciplina da oração surge como um respiradouro essencial para a saúde da alma.

— Uma alma pesada de tristeza, permanentemente cansada e sobrecarregada pelos fardos da existência, não dá conta de viver em paz num mundo de tantas decepções e desencontros, onde as pessoas, por qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, perdem o equilíbrio e desesperam-se, debatendom-se num abismo incerteza, fúria e ansiedade.

— De modo a encontrar a paz e o descanso espiritual desejado, isto é, para não ser aniquilada pela incerteza do mundo, mais que depressa, a pessoa, de modo a conserva intacta a sua sanidade mental, deve lançar-se aos pés de Cristo, aprender com ele o caminho do perdão, a estrada da misericórdia, e a via da mansidão e da humildade, criando assim, pela ação do Espírito Santo, um coração puro, livre, forte e iluminado, capaz de fazer frente, com fé, esperança e amor, ao pavor da escuridão que avança pelo mundo.

— Pela oração, a paz de Cristo, que excede a capacidade de entendimento desse mundo de dores, penetra fundo o nosso espírito, e governa o nosso coração, alma e pensamentos, livrando-nos — pela consolação do Espírito Santo — do cativeiro da escuridão e das algemas das preocupações mundanas, que roubam de nós, num instante, as nossas melhores oportunidades de crescimento e amadurecimento espiritual de uma vida verdadeiramente vivida aos pés de Cristo, livre, espiritualmente rica de esperança, abundante de boas palavras e farta de boas atitudes, além, claro, madura e equilibrada, perante os desequilíbrios e incertezas do mundo. É isso. Coram Deo. Soli Deo gloria.
_VBMello

Sobre Cristianismo e mitologia política


Bolsonaro é um mito, gritam os seus seguidores mais apaixonados. Pois, que seja. Mas que tipo de mito? Em qualquer mitologia há muitas categorias de mitos, mitos bons e mitos maus, mitos do céu e mitos do inferno, mitos do Olimpo e mitos do mundo subterrâneo, mitos da luz e mitos da escuridão. Se Bolsonaro é um mito, que tipo de mito ele é? Aqui vale aquela regra cristã:

— Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. [Mateus 7:16-20]

A propósito, os mitos eram os deuses antigos, que reinavam absolutos, antes do Cristianismo surgir na terra. Mais ainda, não é difícil encontrar, entre os primeiros cristãos, quem visse neles apenas a manifestação pura e simples de demônios.

Logo, mitologizar alguém, não seria, do ponto de vista da história do Cristianismo, avivar o espírito de antigos demônios? É possível ser cristão e, ainda assim — coisa estranha — participara da criação de mitos? Não seria isso o mesmo que flertar com antigos poderes arquetípicos, banidos pelo Cristianismo? Pois, se Bolsonaro é um mito, qual é o seu correspondente na mitologia? Enfim, que tipo de mito ele é? É uma pergunta que precisa ser respondida, antes de continuar — inconscientemente — tratando-o como um mito. Pois, meu caro, não é impunemente que se transforma um político em mito.

Portanto, sendo você um cristão sincero, ao chamar um homem de mito, você, repito, se sincero, não pode fugir da consequência dessa ideia, isto é, do fato de que, ao “mitologizar” o seu político de estimação, você está praticamente o divinizando, isto é, colocando-o acima do bem e do mal. Você espera mesmo que esse tipo de coisa tenha um final feliz? Tal pensamento é compatível com a fé cristã? Responda, se puder.

De fato, em todo lugar da história onde políticos foram divinizados, ou mitologizados, ou seja, onde a política foi transformada num tipo de religião, não demorou até que o político em questão, com o apoio de parte da igreja, aquela parte mais preocupada com o progresso da economia do que com a vida das pessoas, posto que para esse tipo de religião política, as pessoas são apenas um recurso para tempo de eleição, passasse a agir como um demônio, isto é, que virasse um tirano disposto a tudo para se manter no poder.

De certa forma, mesmo em nossos dias “cientificamente esclarecidos”, chamar alguém de mito, não é uma brincadeira inconsequente, é praticamente o mesmo que dizer que ele é um tipo de deus… Acontece que, não existe mito sem mitologia… Portanto, quanto tempo ainda, até o bolsonarismo virar uma religião política? É só uma pergunta. Seja como for, é uma pergunta que precisa de resposta.

Sim, meu caro, pense nisso, talvez você que canta e adora a Deus na igreja, sem se dar contar (será?), já tenha, no coração, se transformado num membro ativo, mais fervoroso até que na adoração do Deus vivo, dessa nova religião de homens. Pense nisso, examine a si mesmo. Seja sincero… A quem pertence o seu coração, a Deus ou a um mito?

Sim, é verdade, temos um mito entre nós, mas que tipo de mito, um mito do Olimpo, ou um mito do hades? Dito isto, que tipo de mito é esse Bolsonaro, para você? Seja sincero, pois a sua sinceridade, nesse caso, vai determinar a natureza do espírito de adoração que te guia no caminho da verdade, isto é, se você adora mesmo o Deus Altíssimo, ou é apenas mais um seguidor inconsciente de um mito do reino inferior, um mito do reino dos mortos. É isso. Reflita.
_VBMello
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Imagem - Hades (Ralph Fiennes). Cena do filme Fúria de Titãs.