26 de novembro de 2020

Minha conversão a Cristo

Só para constar. Eu não me converti pela pregação ou testemunho de ninguém. Eu fui convertido a Cristo, no início de 1995, lendo a Bíblia, sozinho — de capa a capa —, trancado horas e horas, madrugada após madrugada, dentro do meu quarto, quando comecei a sentir uma vontade irresistível de ir a uma igreja, coisa que fiz logo em seguida. Quatro meses depois, pela graça de Deus, fui batizado.

O dia do meu batizado, numa igreja simples (pastor Álvaro), está entre minhas melhores recordações. Hoje em dia, depois de uma longa caminhada numa mesma direção, quando a coisa aperta, quando a vida fica difícil, quando portas e janelas se fecham, minha memória — em busca de ar fresco — sempre volta ao primeiro amor, alegria e promessas sobrenaturais, daqueles dias primeiros.

Sim, os dias são difíceis e maus... Todavia, "quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: "Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro". Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. [Romanos 8:35-37]

A pior teologia

Boa parte dos crentes desse início de século, cuja alma foi gradativamente pervertida pela teologia da prosperidade, jamais serão capazes de apreciar a boa espiritualidade do verdadeiro evangelho. Cativos de uma fé meramente utilitarista, eles não se aproximam de Deus, porque Deus é Deus, mas sim, coisa lamentável, movidos pela esperança mundana de, de algum modo, serem abençoados com toda sorte de bênçãos materiais. Em tudo, desde os dízimos, ofertas, frequência a cultos, etc., eles vivem de barganhas com Deus. Nada fazem livremente, tudo fazem por interesse em algum tipo de ganho material. A espiritualidade deles, resume-se nisso, dar para receber mais e mais. Como a sanguessuga, descrita por Agur, filho de Jaque (Provérbios 30:1), o credo deles, resume-se a duas palavra: dá, dá. Mesmo na adoração, são utilitaristas. Eles não conseguem adorar livremente, são materialistas demais para tanto. A preocupação deles é só com aquilo que o dinheiro pode comprar. É lamentável, vergonhoso e desanimador. Verdade seja dita, de todas as teologias, a que menos merece o nome de teologia, é essa perversão satânica, chamada de teologia da prosperidade, que não prospera ninguém, mas perverte o coração de muitos, a afastando-os para longe da boa, simples e verdadeira espiritualidade cristã. É isso. Coram Deo.
_VBMello