29 de setembro de 2013

Castelo de Cartas...

Olhe ao redor
A tarde chegou
Nada aconteceu
O céu está pesado e nublado
Choveu a noite inteira
E você fazendo planos de insônia?
Não vê a ilusão?
Olhe melhor ao redor
Não sente a solidão do seu castelo de cartas?
A fragilidade da sua existência?
Como uma mulher que deu a luz
E perdeu a criança para os braços da morte
A natureza geme e grita
Não vê? Não ouve?
Tudo está por um triz...
O céu azul de ontem, hoje está negro como breu
As flores murcharam e feneceram
Os dias de glória hoje são lembranças de escória
Os poemas dormem na escuridão da gaveta
E os sonhos na escuridão do coração...
E as esperanças, nem bem nasceram...
Há uma serpente no paraíso... Já se esquece?
Ao pó da terra, descerás...
E isso não é nada demais...
Tudo muda e continua mudando
Tudo que é solido desmorona no ar
Ouve o riso das pessoas?
As gargalhadas?
As ruas escuras...
As praças sombrias...
Esses becos tenebrosos que dão acesso ao fundo da sua alma...
Você tem coragem de passar, à meia-noite?
E depois da noite tenebrosa, quem você vê no espelho?
Seus planos e seus sonhos para amanhã?
Que ilusão!
Que ilusão!
O quê?
Esses sorrisos?...
Ou esse “por um triz?”
?
?
?
?
Os dois...

V.B.Mello