25 de junho de 2019

O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.

Seja sincero, você já pensou nisso? Quem pensa os seus pensamentos? Quem coloca as palavras na sua boca? Quem faz a sua cabeça e anima o seu ânimo? Quem manipula seus pensamentos e molda seus desejos, sonhos, vontades e esperanças políticas? Deus ou aquelas ideologias e utopias políticas que não deram certo em lugar nenhum do mundo? Responda, se puder.

A intenção do Maligno é moldar, por meio da revolução cultural, luta de classe, ideologia de gênero, e coisas semelhantes, a nossa visão de mundo, e, por consequência, nosso pensamento e comportamento, sem que possamos dar conta disso. Se olharmos ao redor, para o atual cenário político-cultural brasileiro de oposição, veremos como ele – o Diabo, por trás de tudo - tem sido bem-sucedido nisso. A oposição se transformou numa feroz máquina de destruição de reputação, e isso é tudo que ela é. Fazer picadinho de tudo que é justo, bom, verdadeiro e de boa fama é a ordem do dia, todo dia. O diabo não descansa.

Não caia nessa conversa do diabo. Proteja o seu coração da manipulação criminosa da mídia. Seja cético diante da boa intenção da mídia. Não seja massa de manobra. Passe tudo que escuta e lê pelo crivo da verdade. Busque sempre a verdade de cada informação. Não seja um propagador de boatos malignos. Não se conforme com uma visão distorcida de mundo, renove-se pela transformação da sua mente. Mantenha a sua liberdade de pensamento. Não deixe que a mídia e a propaganda partidária corrupta determine a sua visão de mundo. Leia bons livros. Repito: LEIA BONS LIVROS!

Não faça parte desse negócio de destruição de reputação. Isso é pecado. A função do crente em Deus, se sincero, é orar pelos governantes, não destruí-los com boatos covardes e infundados. O melhor lugar para resolver diferenças políticas ainda é nas urnas. Tem criticas ao atual governo? Tudo bem, faça uma oposição saudável, apresente projetos e criticas consistentes e, finalmente, resolva suas diferenças nas próximas eleições, democraticamente. Ainda somos uma democracia, ou estou enganado?

Sim, não faça parte dessa onda propagadora de caos e instabilidade. Não seja cúmplice desse conluio de difamação que aí se encontra. Não seja parte desse negócio. Sim, nossa vida é um negócio (muito) lucrativo para aquela fatia política do mundo, que – entre nós, brasileiros - subsiste unicamente com o firme propósito de manipular mentes e corromper corações desavisados, criando uma onda de instabilidade, caos e ódio partidário, que não ajuda em nada no bom andamento do país. Não faça parte dessa onda de caos e maldade, antes, vença o mal com o bem. É isso.
_VBMello

21 de junho de 2019

O problema da droga - vazio espiritual

Procuremos examinar um pouco mais de perto este fenômeno. Recordo-me de uma discussão com alguns amigos, em casa de Ernst Bloch. A conversa caíra ocasionalmente no problema da droga, que então - pelo fim dos anos 60 - propriamente começava a surgir. E perguntávamos-nos como se explicava que essa tentação pudesse, de repente, difundir-se tanto, ao passo que, por exemplo na Idade Média, era evidente que não existira. Todos estivemos de acordo em julgar insuficiente a resposta de que, naquele tempo, os países produtores estavam demasiado distantes. Fenômenos como o avanço da droga não se podem explicar a partir de condições extrínsecas desse gênero; derivam de necessidades ou carências mais profundas, das quais vem depois a depender, por sua vez, o modo de enfrentar os problemas concretos da aquisição dos estupefacientes. Propus, então, a tese de que era evidente não existir na Idade Média esse vazio espiritual que se procura vencer com a droga. Por outras palavras: a sede da alma, a sede do coração do Homem encontrava resposta que tornava supérflua a droga. Ainda tenho diante dos olhos a veemente indignação com que a dona da casa reagiu a esta ideia. Baseada na imagem da História elaborada pelo materialismo dialético, parecia-lhe uma autêntica impiedade pensar alguém que épocas passadas pudessem ter sido superiores à nossa em aspetos de alguma importância. Era impossível que, na Idade Média - época de opressão e de preconceitos religiosos -, as massas deserdadas pudessem viver mais felizmente e com maior equilíbrio interior do que no nosso tempo, já tão adiantado no caminho da libertação. Ficaria destruída toda a lógica da "luta de libertação"! Mas, de outra maneira, como explicar esse fenômeno? E, naquela noite, a pergunta ficou no ar. 

Uma vez que não partilho da concepção materialista do mundo, ainda hoje considero válida a minha tese de então. Mas convém, naturalmente, expô-la melhor em concreto. Para tal, o próprio pensamento de Ernst Bloch pode fornecer uma sugestão fecunda. 

Para Bloch, o mundo dos dados de facto - a pura e simples factualidade - é um mundo inteiramente marcado pelo mal. O "princípio-esperança" significa que o Homem contesta energicamente a realidade de facto; o Homem sabe que tem o dever moral de ultrapassar o mundo mau da factualidade, para edificar um mundo melhor. Seguindo, portanto, esta lógica, direi: a droga é uma forma de protesto contra a situação de facto. Quem a toma recusa resignar-se à pura e simples realidade de facto. Está à procura de um mundo melhor. 

O fenômeno da droga é a fuga ao desespero provocado por um mundo que se experimenta como a prisão dos acontecimentos, uma prisão em que o mundo não pode viver para sempre. Decerto que ainda concorrem muitos outros fatores: a sede de aventura, o conformismo que nos leva a fazer o que os outros fazem, a habilidade comercial dos traficantes e dos fornecedores. Mas a explicação última é sempre o protesto contra uma realidade sentida como cárcere. A "grande viagem" que se procura na droga é, pois, a forma pervertida da mística, a perversão da aspiração humana ao Infinito, a recusa da insuperabilidade da imanência e a tentativa de ultrapassar as barreiras da nossa existência em direção ao Infinito. A humilde e paciente aventura da ascese, que, a curtos passos para o alto, se avizinha do Deus que para nós Se inclina, é substituída pelo poder mágico, pela magia reveladora da droga. O itinerário moral e religioso é posto de parte pela aplicação da técnica. A droga é a pseudomística de um mundo que não crê mas que também não pode ignorar a tensão da alma para o Paraíso. 

A droga é, portanto, um indício que nos leva a algo de muito profundo. Não só desvenda o vazio que a nossa sociedade tem em si mesma e não é capaz de colmatar, pelos seus meios, mas ainda chama a atenção para uma exigência íntima do ser humano, que, se não encontra a resposta justa, recorre à pervertida.
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[A Igreja e a nova Europa - Joseph Ratzinger]